sábado, 2 de agosto de 2008

Capítulo VI - Encontro em Vernes


Nosso pequeno barco se aproximada do atracadouro do rio. O porto era do outro lado da cidade. Um homem tomava conta dos barcos ali atracados perguntei o preço por duas semanas de atracagem, ele sorriu e me disse:
_Senhor, não sei se vosso barco ficará aqui por duas semanas sem ser requisitado pelo exercito sofiense!
_Ahn? Bem, nesse caso o senhor compraria o berço?
_Sim, mas não posso pagar mais que duas moedas de cobre!
_Naldus, é melhor pegar essas moedas mesmo, nossa volta pode ser até por terra!_Disse-me Paussin em tom baixo.
_Feito!_Respondo ao homem.


Ele me deu as moedas e seguimos em direção ao portão Oeste da cidade. Andamos uns 600 metros e ouvíamos que a agitação tomava conta da cidade. Fora de seus portões, soldados sofienses se reuniam em grupos de mais ou menos quinze e o ir e vir de mais soldados pelo portão era maior que o de cidadãos.
Entramos sem problemas pelo portão e já na rua principal vimos que a cidade estava tomada por soldados, parecia que uma cidade sofiense tomara o lugar de Vernes. Estandartes Brancos com o brasão do Império eram vistos a todo instante, todavia, mesmo com essa intervenção militar na cidade, a população parecia viver seu cotidiano como se fosse um dia normal.
Seguimos a rua principal que cortava a cidade de oeste a leste, levamos meia hora no trajeto até o porto marítimo, já do lado de fora do portão leste. Não nos surpreendeu ver uma esquadra de 40 naus entorno do porto.

_Lenwo, acredito que teremos dificuldades de sair daqui com essa intervenção sofiense em Vernes. _Disse-me Paussim meio desanimado.
_Calma amigo, para tudo há um jeito, as providências do Altíssimo nos guiará!
Seguimos até o porto, e logo próximo ao píer, dois soldados impediram nossa passagem.

_Senhores, o porto está fechado para viagens não militares! Ordens do Mestre Uter!
Nós quatro nos olhamos como quem procura uma alternativa e neste instante vejo um jovem passar pelos guardas. Ele vestia uma túnica em tons marrons e um manto quase negro cobria-lhe parte do corpo, seus cabelos castanhos tinham ondas incomuns e vários anéis adornavam seus dedos. Achei aquela figura familiar, mas não me recordava de ter-lo visto antes. Um vento soprou nesse momento e minha orelha direita sentiu a brisa reverberar um nome quase que melodiosamente... Merlin... Olhei para Paussin e exclamei:
_Acho que Viviane me mostrou o caminho!

Sai dali em direção ao jovem deixando para trás meus companheiros indagativos. Chegando perto do Rapaz perguntei:
_És o Merlin?
Ele virou em minha direção, parando e me olhando como se estivesse atravessando minha alma com o olhar.
_Sim, Lenwo, sou eu, ou preferes que eu o chame de Naldus, caro Druida?
_Imaginava que saberia meu nome também, embora seja a primeira vez que nos encontramos.
_Verdade, mas a Dama do Lago já havia me contado a respeito de um Elfo Druida de cabelos azuis e como percebe, não existem muitos nessa cidade! Também sei que precisa ir à cidades elfica Civitis, certamente pelo mar seria mais rápido, todavia Uter já se encarregou de sitiar a cidade e tu e teus amigos não poderão sair daqui como planejavam!
_Como iremos então? Sabes alguma maneira mais rápida e segura do que ir pelo caminho habitual?
_Sim, já o tenho preparado, chame teus amigos e mostrarei!

Fazendo sinal afirmativo, voltei ao encontro de Paussin e os demais e voltamos para a cidade com Merlin. Ele nos levou até uma casa. Dentro era pequena, uma espécie de biblioteca com umas tranqueiras e frascos de vidro que pareciam compotas estranhas e dividiam lugar com uma cama no canto da sala. Ele foi até uma mesa e pegou um pequeno rolo de papiro. Veio em nossa direção e me entregou o rolo.

_Essa é a maneira mais rápida de chegar a Civitis!
Desenrolei o papiro e vi que havia uma espécie de feitiço nele.
Vendo não só o meu rosto interrogativo, mas sim o de todos, Merlin nos diz:
_Amigos, é um feitiço de transporte. És Druida Naldus, para ti será como invocar o poder do Altíssimo através da Dama do lago!
_É só ler? E quantas vezes pode funcionar?
_É só ler e vai funcionar até que chegueis a Haendelle novamente, depois disso o papiro se queimará como uma mensagem flamejante!
_Interessante! _Exclamou Morn.
_Bem amigos, acredito que deveis ir rápido, o tempo é precioso. Naldus, avise a Mestre Hortinin que o Duque Cornwall defende os interesses de Mab, ele luta contra Uter e o seu avanço sobre Celtiland. O Mestre sofience só não tem conhecido derrota nas batalahs que travou e a tomada de Vernes parece ser só o começo. A Dama do Lago, ou como vós chameis vossa protetora, Viviane, Pretende entregar Excalibur a Uter. É só o começo do que parece ser a derrocada de Mab e ascensão do Ungido em nossa Ilha!
_Merlin, a profecia de 325 está em curso, é lamentável que seja por espada e por motivos de orgulho de uma protetora que quer ser vista como deusa!
_Deveis ir amigos, nos veremos em breve novamente!

“Namárië!” Respondemos e ali mesmo, ao ler as palavras do papiro, meus amigos e eu fomos envoltos em uma luz azulada e quando pensamos ainda estar na sala de Merlin, já estávamos dentro do salão principal da ordem Druida de Civits.
(Continua)

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