sábado, 2 de agosto de 2008

Capítulo III - Epifanía


Numa noite ela apareceu em meus sonhos... Bela, saia das águas do grande lago e parecia pairar sobre as mesmas... Asas de borboleta surgiram a suas costas e uma túnica alva com detalhes brilhantes a vestia... Em sua cabeça uma tiara de pedras coroava seus cabelos com tons verdes. Era a primeira vez que a via. Parecia-me estranhamente familiar. Ela se aproximou de mim, esse jovem elfo que sentara abaixo da sombra de uma árvore de copa larga. Sua voz soava como uma melodia élfica tocada pelos mestres Bardos... Então escutei com atenção:

_ Naldus, meu jovem e amado servo, temente ao Altíssimo e dedicado Druida de Haendelle, te conheço, assim como a todos que O Altíssimo me presenteou com a honra de cuidar por todos esses séculos que se passaram e para garantir que o Seu nome seja conhecido por todos os nascidos elfos nas terras de Celtiland! Hoje tu recebes uma mensagem e deve ser pasada a todos os elfos Druidas de nossa Ilha.

Tempos de paz virão, todavia a vida neste mundo é uma constante de ciclos e nossa atual calmaria foi abalada. Mab, Protetora dos humanos e dos Drows de Celtiland, foi corrompida pelo orgulho e seduziu seus seguidores a adorarem-na! Porém seus dias de pretensa Deusa estão contados. A profecia de 325 teve seu início e o ungido terá seu nome nos quatro cantos de nosso mundo.

Com o temor de perder seus domínios, Mab criou o mais poderoso Mago-Druida que habita o solo mortal.
Seu nome é Merlin. Ele seria uma arma contra o avanço de Santa Sofia sobre Celtiland, mas Mab se esqueceu do essencial: por mais que se criem corpos, somente o altíssimo cria as almas, assim sua arrogância será sua ruína. Merlin abandonou Mab e decidiu se unir a Uter... O General Sofiense marchará sobre nossa ilha e tentará pegar à força domínios políticos celtas e com isso a Cruz do ungido irá com ele... Fins não justificam meios... Minhas lágrimas não serão suficientes para acalmar os corações dos que sofrerão com essa tormenta, sejam elfos ou humanos... Mab é responsável por isso e sua recompensa virá, todavia as terras de Celtiland irão sofrer anos por conta dessa desobediência, assim como o Portador-da-Luz sofreu ao achar que era o próprio altíssimo!

Filho avise seus irmãos de que dias manchados virão e peça que não percam a fé! Um grande passo entre Elfos e Sofienses será dado em breve, esteja preparado querido filho, tu estarás lá para ver e participar!

Quase atônito com a visão, ainda tive tempo de perguntar:
_Senhora do Lago, doce Viviane, como posso agradecer a honra de ter te visto, sendo eu apenas um pequeno Druida entre tantos outros?
_És pequeno e no Reino do Altíssimo, os pequenos são Grandes, assim como tua alma é Grande em Amor, que esse Amor se espalhe por Celtiland e contagie a todos que teu caminho cruzar! Não és perfeito e sabes disso, filho, isso te fez digno de receber esse fardo pesado! O Altíssimo te dará sinais ao longo dessa caminhada, persevere, amado filho!

Lagrimas de emoção rolaram por minha face. Viviane abriu suas asas e num movimento rápido desapareceu por entre as árvores ao redor do Grande Lago.
Acordei meio assustado, mesmo assim peguei pena e tinta, anotei tudo que se passou na visão e corri pelo corredor frio daquela madrugada de inverno, meu destino era o quarto do Mestre Druida Hortinin. Sem entender o porquê de estarem batendo à sua porta antes do galo cantar, Mestre Hortinin com sua paciência quase divina abriu a porta e me fez entrar.

Afoito com tudo que havia passado naquela visão, mostrei o pergaminho com o texto, e falava eufórico “Viviane, Mestre, eu a vi hoje! Ela me deu uma mensagem! Está aqui!”
Mestre Hortinin sorriu, pegou o pergaminho e me disse:
_Jovem Naldus, eu sei o que está escrito aqui e que tu estiveste com Viviane, eu também estava lá!
(continua)

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