O silêncio é cortado pela voz do Contra-mestre Junwo:
_Muito bem Lenwo, agora deixe Larasin, levantar, por favor!
_Ah, claro, Contra-mestre! Tu estás bem, irmão?
_Sim Lenwo, apesar do susto, como sempre és cuidadoso nos treinos! _disse Larasin agarrando minha mão para se levantar.
_Continue treinando com Marahr, Larasin, pois preciso conversar com Lenwo. _ Disse o Contra-mestre.
Contra-mestre Junwo, era o responsável pelo treinamento bélico de nossa ordem, além de ser o vice-governador de Haendelle. Andamos pela galeria e Contra-mestre Começou a falar:
_Esta é sua tarefa: Precisamos que pegues um carregamento de poções na botica central, Yaniv já sabe que irás lá, tudo bem?
_Sim, precisarei de ajuda?
_Não, são apenas alguns frascos de poção-cura-severa, já temos o bastante aqui, mas Mestre Hortinin disse que precisamos ter um excedente para evitar problemas...
Ganhei a rua a caminho da botica central, na mente um emaranhado de pensamentos, desdobramento das responsabilidades druidas para com a sociedade celta. Sejam elfos ou humanos, os druidas desempenham um papel fundamental na sociedade. Legisladores, curandeiros, boticários, botânicos. O saber, a ordem, a cura... Os druidas zelavam pelo bem do povo usando essas ferramentas. Yaniv era o boticário chefe de Haendelle, druida especializado no poder das ervas, aprendeu com o avô os segredos da natureza. Yaniv além disso era o irmão de Lawë.
_Aiya, Lenwo! Viestes buscar as poções para mestre Hortinin?
_Isso, mesmo irmão!
_Está aqui! _ Yaniv entregou-me uma sacola com os frascos que pesavam _ Cuidado por aí!
_Ah, sim, terei! Namárië!
_Namarië e cuida da Tulipa de Ancar!
Sorri com essa observação. Ancar é como se chama a cidade do extremo norte gelado, no continente, nossas histórias ditam-na como a origem dos elfos.
“De Ancar partiram sete famílias, com três gerações cada uma, rumo ao sul, onde pessoas de vida curta e pensamentos ligeiros encontrariam. Quando três de sete viraram mais do que sete de sete, foi à vez de 7 clãs atravessarem o mar para em Celtiland que poderem chamar de lar!”
um parágrafo da Épica de Ancar, veio a minha mente, além disso não poderia esquecer, Ancar também é o nome do pai de Yaniv.

Estava sentado à mesa, jantar na casa do Sr. Ancar. Era a primeira vez que eu visitava a casa de Lawië. Lembro-me do elfo alto, com seus cabelos dourados, olhos verdes e sorriso no rosto erguendo a taça e falando:
_Hoje minha querida filha comemora mais um ano de uma longa vida que, oxalá, assim seja! E quero deixar aqui registrada a minha lembrança do dia em que a vi pela primeira vez. Ela estava enrolada em cobertas, no colo de Maraë e seus cabelos vermelhos fixaram a imagem de uma tulipa surgida no inicio da primavera. Lavië, eu disse, Lavië será seu nome, Tulipa vermelha em Altschelves!
Amenina de cabelos vermelhos corou...
Carregando a pesada bolsa cheia de frascos, voltei até a sede da ordem, assim como aportei de novo à realidade depois de dar asas aos meus pensamentos, entreguei ao encarregado e encontrei Merlin andando pelo jardim.
_Aiya, Naldus!
_Aiya! Merlim, gostaria de uma caneca de vinho?
_Seria ótimo!
_Pois assim seja!
Pegamos o rumo da taverna, pães pretos, música e vinho, seria um bom final de dia!
(continua)